quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MEDO QUE VEM DO BERÇO - Se o bebe não é acolhido em suas necessidades, pode se tornar INSEGURO - Uma reação administrada pelo cérebro.

O medo e a insegurança são sentimentos que estão presentes desde a infância e nos acompanha por toda a vida. É uma vivência importante e essencial, pois permite que a gente avalie adequadamente os riscos e busque as melhores e mais seguras opções entre as que nos são oferecidas.
O cérebro da criança já esta estruturado desde o nascimento e possui estruturas responsáveis pelo aviso de alerta, sinalizando o perigo. Nesse contexto, a mais importante delas é o NÚCLEO AMÍDALA CEREBRAL (que não tem nada a ver com a amídala da garganta), ela funciona como uma sirene que avisas as outras regiões cerebrais que o perigo esta rondando. Uma pronta reação acontece, fazendo com que a criança se mobiliza para se proteger.
Imagine um bebe, um ser inteiramente dependente e que necessita alimentar-se para sobreviver, quando tem fome e sente ameaçada a sua sobrevivência, chora vigorosamente, movimentando pernas e braços, fica ruborizado (alertas emitidos pela amídala), avisando a quem cuida dele que precisa ser atendido. Imediatamente, a mão chega e lhe oferece o peito, acolhendo-o, alimentando-o e informando-lhe que esta por perto para acolhê-lo. Suas reações iniciais mais exageradas e pouco organizadas irão se tranqüilizando á medida eu a sucessão dos cuidados maternos e das mamadas for se repetindo. O medo inicial irá sendo substituído por um contato de confiança e pela segurança de que será atendido em suas necessidades, mesmo que tenha de esperar de finalizar algo que a mãe esteja fazendo (cuidar de outro filho, por exemplo), irá aprendendo com a frustração de não ser atendido de imediato, sabendo que, em seguida, ela irá cuidá-lo.
Essa vivência das frustrações iniciais permitirá um aprendizado ao bebê que lhe será útil para o resto da vida, mostrando-lhe que nem sempre terá o que solicita de imediato e que, muitas vezes, será preciso ser tolerante e esperar.


Quando esses vínculos iniciais não se estabelecem de modo adequado, seja por conta de um bebê nascido com um temperamento mais ansioso e ou um cuidado que não é continente para as suas aflições e “riscos ameaçadores” (por exemplo em caso de depressão materna), poderão instalar-se em seus circuitos cerebrais informações e memórias futuras que vão lhe trazer intranqüilidade diante de tomadas de decisão (provas escolares, escolha de um programa ou ir em um acampamento...), nessas circunstâncias, o medo e as inseguranças naturais serão substituídas por um clima ameaçador desproporcional, gerando sensação de desproteção e levando o pequeno e um desgaste emocional intenso.

Crianças com esses comportamentos nas varias idades necessitam de uma atenção cuidadosa de seus pais com o objetivo de conseguir compreender melhor seus próprios sentimentos.
Esclarecimentos tranqüilizadores serão oportunos e podem aliviar a ansiedade. Porém esses aconselhamentos nem sempre se mostrarão eficientes e duradouros, e as aflições persistirão. Por mais que explicações lógicas em relação a uma situação de medo sejam dadas á crianças, poderão ainda permanecer reações impulsivas , permeadas por insegurança e medos excessivo. Nessas circunstancias a terapia emocional será bem vinda.



Escrito por: Dr. Saul Cypel neurologista infantil

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