segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Shantala, o Toque que Traz Vida .

É comum o adulto receber massagem para relaxar das tensões cotidianas, mas a massagem não é só um privilégio dos adultos. Ela também é importante para os bebês. Na Índia, faz parte da cultura massagear os bebês e crianças através dos movimentos da Shantala.
Shantala é uma massagem indiana milenar, tão antiga que não se sabe precisar a sua origem. É muito comum na Índia encontrar nas ruas e praças públicas as
mães massageando os seus bebês, como num hábito cotidiano de cuidado e carinho. E foi assim, ao acaso que a massagem foi descoberta pelo médico ginecologista e obstetra francês, Dr. Frédérick Leboyer. Numa de suas viagens a Índia, ele avistou uma jovem mãe massageando o seu bebê numa rua de Calcutá. Maravilhado com a cena, pediu que a mãe se deixasse ser fotografada. Na década de 70 o livro foi publicado no ocidente e a massagem que até então não tinha nome, recebeu o nome de Shantala, esse era o nome da jovem mãe.
Desde então, Shantala vem se tornando cada vez mais popular, por proporcionar relaxamento e bem estar ao bebê.
A massagem consiste em movimentos lentos, suaves compressões e alongamentos passivos por todo o corpo do bebê, tais como: peito, braços, mãos, barriga, pernas, pés, costas e rosto.
Mais do que uma simples técnica de massagem, Shantala é uma forma dos pais transmitirem amor através das mãos para os bebês. O toque é o primeiro tipo de comunicação do bebê e através dele se sentirá amado e protegido. O bebê é um espelho e devolverá a sua imagem, seja de liberdade ou de tensões.
O toque traz a lembrança intra-útero, o tato esse órgão do sentido começa a se desenvolver na décima sexta semana gestacional e é muito vivenciado pelo bebê, pois é tocado pelas estruturas do útero da mãe e nas carícias que a mãe faz na barriga. Ao ser tocado após o
nascimento, o bebê se lembra daquela sensação de segurança e sente-se protegido.
O contato através da Shantala também é importante para formação da imagem corporal do bebê, pois através dos movimentos da massagem ele descobrirá o seu tamanho, força, flexibilidade, e o seu próprio corpo (pernas, mãos, pés) e o espaço que o seu corpo ocupa. Através do toque proporcionado na massagem o bebê passará a conhecer melhor o seu corpo e explorará mais o ambiente adquirindo uma melhor consciência corporal.
Shantala além de fortalecer o vínculo
afetivo, é muito procurada pelas mães por promover melhor qualidade do sono, melhor funcionamento gastrointestinal minimizando cólicas, gases e prisão de ventre, estimula resistência imunológica, reduz estresse, amplia respiração e auxilia no desenvolvimento neuropsicomotor.
A massagem é realizada com o bebê desnudo, sobre as pernas estendidas da mãe, num local tranqüilo e aquecido com música opcional. Pode-se usar óleo de origem vegetal para facilitar o deslizamento das mãos. A aplicação dura de 15 a 30 minutos, dependendo da idade do bebê e aceitação ao toque. A partir de 1 mês de vida os bebês já podem receber Shantala, respeitando-se apenas a cicatrização umbilical.
Permita-se encontrar esses momentos diários de contato com o bebê, alimentando-o através do toque.
"Sim! Os bebês tem necessidade de leite.Mas muito mais de ser amados e receber carinho.Ser levados, embalados, acariciados, pegos, massageados. Constitui para os bebês, alimentos tão indispensáveis, senão mais, do que vitaminas, sais minerais e proteínas." (Leboyer)









Denise Gurgel Barboza Fisioterapeuta

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